Dislipidemia na infância.

Definimos as dislipidemias como fatores determinantes para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. ⚠ Infelizmente, esses fatores não são mais exclusivos de adultos e idosos, isso por que a obesidade na infância tem se tornado um problema grave de saúde pública. Segundo o Ministério da Saúde, a prevalência da dislipidemia infantil alcança mais de 20% das crianças e adolescentes. Os números assustam e nos mostram que chegamos ao ponto em que ela se tornou rotina na prática clínica. 😱 Considerando que a doença aterosclerótica cardiovascular é um processo que inicia na infância e evolui ao longo da vida, a identificação precoce de fatores de risco é muito importante. É preciso considerar também que os níveis aumentados dessas biomoléculas orgânicas compostas são responsáveis por aproximadamente 50% do risco atribuível ao desenvolvimento de enfermidades ateroscleróticas cardiovasculares, processo do qual também participam outros fenótipos com componente hereditário, como diabetes, obesidade e síndrome metabólica. Sabemos também que níveis elevados ou diminuídos dessas lipoproteínas podem estar relacionados a alterações genéticas entre 40 e 60% dos casos. Embora as crianças sejam susceptíveis à influência do estilo de vida nocivo, são também as mais maleáveis para eliminar fatores de risco modificáveis, mudando assim a história natural da doença. A identificação precoce da dislipidemia, associada à mudança no estilo de vida e ao tratamento medicamentoso pode atenuar o risco cardiovascular na vida adulta, que atualmente é a maior causa de mortalidade em todo o mundo.⚠ As dislipidemias podem ser classificadas em primárias, quando causadas por um defeito hereditário no metabolismo lipídico; e secundárias, quando são causadas por estilo de vida inadequado, doenças crônicas ou medicamentos. Como tratamento inicial a Academia Americana de Pediatria recomenda mudança no estilo de vida com prática de atividade física moderada e vigorosa, redução no tempo de tela e dieta saudável onde as gorduras representem menos de 30% da alimentação das crianças. É recomendando também aumentar a ingestão de fibras solúveis como a pectina presente nas frutas e as gomas como aveia, feijão, lentilha… Em casos mais graves pode ser necessário o tratamento medicamentoso. 🩺 Dra. Gabriela Aires Ribas Pediatra e Cardiologista Pediátrica RQE 33941/ 33942